Com suas raízes na vasta Pampa, a raça Maroon Uruguaio é extremamente forte. É um cão sobrevivente, com uma longa e...
A DECISÃO MAIS DIFÍCIL: O SACRIFÍCIO
INTRODUÇÃO
Por vezes, os nossos animais de estimação sofrem de doenças relacionadas com a sua idade avançada, doenças ou acidentes que causam dor e sofrimento incompatíveis com uma vida digna.
Não há dúvida que estas situações podem causar-nos uma enorme tristeza, mas pior do que uma morte inevitável é prolongar uma vida de sofrimento e dor. Pôr termo a esta situação é sempre a última das alternativas a tomar, mas sempre após uma correta avaliação veterinária profissional.
O QUE É A MORTE HUMANITÁRIA DOS ANIMAIS?
A eutanásia em animais consiste numa ação profissional, levada a cabo por um veterinário, em que um animal é morto através de um processo humano sem sofrimento ou dor, em que o animal é deixado inconsciente até morrer.
A eutanásia paliativa requer a avaliação prévia do veterinário, que, sob o seu critério e controlo, após a realização dos testes e exames adequados, sob o seu diagnóstico especializado, verifica e certifica que o animal se encontra numa situação de sofrimento grave e contínuo e sem possibilidade de cura ou recuperação. Só nestes casos é que o profissional veterinário indica, justificadamente, a conveniência de pôr termo à vida do animal.
QUAL É O PROCESSO DE ABATE HUMANITÁRIO DOS ANIMAIS?
Após o profissional veterinário ter efectuado as avaliações necessárias que levam a recomendar esta medida perante o sofrimento grave e a impossibilidade de cura, é emitido o consentimento do proprietário do animal de companhia.
Só então se inicia o procedimento, que segue sempre o mesmo padrão, com etapas muito bem definidas.
Este procedimento não é muito diferente dos passos anteriores à anestesia de qualquer intervenção cirúrgica, pelo que o animal não sente dor ou desconforto durante o procedimento, algo que deve ser tido em conta.
Os passos a seguir são os seguintes:
- COLOCAÇÃO DO CATÉTER INTRAVENOSO: Normalmente é colocado numa das patas do animal para ter fácil acesso à corrente sanguínea e para aplicar mais rapidamente os fármacos por via intravenosa.
- INJECÇÃO DO MEDICAMENTO HIPOTENSIVO: É administrado através do cateter. Os mesmos fármacos utilizados nos protocolos anestésicos são normalmente utilizados em qualquer intervenção cirúrgica normal.
- ANESTESIA PROFUNDA: Depois de esperar 10-15 minutos para que o animal se acalme, introduz-se o animal num plano anestésico mais profundo por meio de fármacos.
- ADMINISTRAÇÃO DA EUTANÁSIA: Por fim, aguardamos novamente que a medicação faça efeito e verificamos se o animal se encontra num plano anestésico profundo. A eutanásia paliativa é então administrada.
OS ANIMAIS SAUDÁVEIS PODEM SER ABATIDOS?
De um modo geral, o abate de animais é proibido, exceto no caso da eutanásia paliativa que vimos, ou por razões de segurança das pessoas ou dos animais, ou pela existência de um risco para a saúde pública devidamente justificado pela autoridade competente.
Em particular, e tal como indicado na nova Lei do Bem-Estar Animal, é expressamente proibido o abate de animais em abrigos de animais, clínicas veterinárias e jardins zoológicos por razões económicas, sobrepopulação, falta de lugares, impossibilidade de encontrar um adotante num determinado período de tempo, abandono do responsável legal, velhice, doença ou lesão com possibilidade de tratamento (paliativo ou curativo), problemas comportamentais passíveis de serem corrigidos, bem como por qualquer outra razão semelhante às acima referidas.
Assim, verificamos que com esta proibição, o legislador quis abordar uma matéria particularmente controversa e difícil, como são as situações de sacrifício por razões económicas, de excesso de abrigos, de abandono ou de vidas recuperáveis, e fá-lo sem meias medidas, estabelecendo uma proibição total nesta matéria e classificando-a como contraordenação muito grave (com coimas entre 50.001 e 200.000 euros).
O QUE POSSO FAZER DEPOIS DE TER DE ABATER O MEU ANIMAL DE ESTIMAÇÃO?
Nesta altura, pode optar por levar o corpo do seu animal connosco ou deixá-lo na clínica veterinária. Quando um animal morre, não pode ser deitado fora como tal (é proibido porque pode ser uma fonte importante de infeção), mas temos de o eliminar corretamente, quer através do veterinário, quer através das diferentes agências funerárias para animais de estimação que podemos encontrar no mercado.
O veterinário (regra geral) dirigir-se-á aos serviços de recolha de animais mortos do município e conservará o cadáver bem acondicionado num congelador para evitar a sua degradação, ou chamará a agência funerária se os donos tiverem solicitado e pago esse serviço.
Se o animal tiver morrido no hospital veterinário (muitos pertencem a escolas de veterinária), o corpo pode ser libertado para estudo, especialmente em casos extremamente complexos ou invulgares para o profissional.
CONCLUSÃO
Despedirmo-nos do nosso animal de estimação é sempre um momento difícil e, nos casos mais delicados, torna-se um sinal de amor e responsabilidade para com o nosso animal, pois dá-nos a oportunidade de o libertar do seu sofrimento e de uma vida miserável que não pode ser melhorada de forma alguma.
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