O seu nome diz tudo: o coelho azul de Viena é originário da Áustria. Não só é bonito com o seu pelo azul-acinzentado...
O BICHÓN FRISÉ
A ORIGEM DO BICHON FRISE
O Bichon Frise (Didi barnacle) é um cão de origem europeia, descendente do Maltês ou do Spaniel de Água. O nome “bichon” é, de facto, o diminutivo de “barbet” que, por sua vez, é o diminutivo de “barbichon”. É uma raça afectuosa e amigável. Acredita-se que a raça seja de origem francesa, com origens no Mediterrâneo. Há muitos séculos, cães chamados Barbets ou Cães de Água foram cruzados com pequenos cães de colo brancos, dando origem a quatro tipos de “barbichons”, nome que mais tarde seria abreviado para Bichon. Entre eles, o Bichon bolognese, o Bichon habanero, o Bichon maltês e o Bichon de Tenerife, este último acabou por ser reconhecido como o Bichon frise, que se desenvolveu nas Canárias, em Tenerife. É provável que tenha sido trazido para esta ilha por marinheiros espanhóis entre 1200 e 1300. Por volta de 1500, o Bichon de Tenerife era muito popular nas cortes europeias, especialmente em Espanha e Itália. A popularidade desta raça pode ser vista em pinturas de vários artistas espanhóis, entre os quais Francisco de Goya, bem como noutras obras renascentistas.
Mais tarde, tornou-se popular em França (sendo uma das raças de cães de Maria Antonieta) e, após a Revolução Francesa, este bichon passou das atenções da corte para sobreviver o melhor que podia nas ruas das vilas e cidades francesas. Desta forma, a genética da raça ganhou grande força, pois só os mais saudáveis e resistentes conseguiram sobreviver. Mas a sua beleza e disposição são tais que acabaram por ser apanhados pelo grande público. Na década de 1930, vários criadores franceses criaram a raça, que foi registada no Kennel Club francês em 1934.
Durante muito tempo, fez parte de espectáculos de rua, de circo e de marionetas, graças à facilidade com que é treinado e à sua resistência física.
O primeiro cão registado na Bélgica foi o Pitou, nascido em 23 de março de 1924 e inscrito no Livro Genealógico Belga (LOSH) em 1932. O n.º 1 do livro genealógico francês (LOF) é atribuído a Ida, uma fêmea Bichon Frisé, em 18 de outubro de 1934, enquanto a FCI o reconheceu como raça em 1959. O nome francês atual “Bichon à poil frisé” foi atribuído em 1978.
O BICHON FRISÉ DURANTE A REVOLUÇÃO FRANCESA
Situemo-nos em França no final do século XVIII, em 1789. Os cofres “públicos” estão vazios. As más colheitas provocaram uma escassez de farinha que levou o povo ao desespero. A corte já não encontra o apoio da nobreza e do clero que outrora tinha...
Os factores que constituem o substrato de uma possível revolta popular estão reunidos. Talvez só lhe falte a faísca. Os altos escalões da monarquia e os tablóides da época atribuíram as famosas e falsas declarações da rainha Maria Antonieta: “S'ils n'ont pas de pain, qu'ils mangent de la brioche” (Se não têm pão, que comam bolos), desejando uma rutura total com o povo e uma revolta que pudesse ser gerida politicamente para o bem-estar de alguns, sendo um dos principais arquitectos o irmão mais novo do rei, Luís Estanislau, que, após a morte do irmão e do sobrinho, reinou durante um período muito curto.
O terceiro estado, encorajado pela vitória da guerra da independência americana, pelo exemplo constitucionalista-liberal inglês e pelas ideias do Iluminismo, revoltou-se. Em poucos anos, a monarquia, que gozava de um poder absoluto, foi detida, à beira de fugir secretamente de França, e feita prisioneira em Paris.
É o aparecimento do bichon frisé, cujo destino vai mudar radicalmente. Não seria difícil remontar a sua história a milhares de anos, mas, por diversas razões, tornou-se uma raça de cão adoptada pelas monarquias europeias. Terá sido Fernando I, que tantas dores de cabeça deu a Carlos I e V, quem os introduziu na corte. Há também provas de que era o favorito de Isabel I, a rainha protestante.
Esta raça era, juntamente com outras como o Papillon e o Pug, uma das preferidas da rainha Maria Antonieta, que tinha vários no seu palácio, embora, apesar de os amar loucamente, não tivesse cuidado com certos aspectos da sua manutenção (como escovar o pelo).
Mas o bichon frisé, tal como toda a sociedade, não seria imune à insurreição e, com a revolução francesa, o seu próprio destronamento chegaria... mas iria sobreviver.
Com a hostilidade generalizada contra a família real, contra a nobreza, que espera desesperadamente uma intervenção da Prússia e das monarquias absolutistas europeias que tarda em chegar, o bichon frisé é obrigado a sobreviver nas ruas, numa França que vai viver muitos anos de turbulência. A revolução, a república... nunca sem tensões, o império napoleónico com o seu esplendor e o seu ocaso. Em suma, na França liberal, o facto de ser um cão real não lhe granjearia, em princípio, grandes simpatias?
O que é que o futuro reserva ao bichon frisé?
Por um lado, a fortificação. Muitos cães da sua raça morreram, mas os anos de deambulação e de dificuldades ajudaram-no a melhorar geneticamente. Por outro lado, a sua personalidade terna e a sua vivacidade conquistaram a simpatia dos franceses, que rapidamente o acolheram como animal de estimação e para trabalhar no circo. E mesmo se a França viverá da restauração, hoje, o bichon frisé reina, talvez ainda nos tribunais, mas também em muitas das nossas casas, onde é um bastião de laços familiares, de afeto e de beleza.
O ESTANDARTE DO BICHON FRISE
O Bichon Frisé distingue-se por ser um cão pequeno mas incrivelmente musculado e forte, sobretudo no que diz respeito à caixa torácica (que é muito larga sob o pelo) e às patas traseiras.
Bem proporcionado ao corpo. Os olhos e o nariz, com os três pontos pretos bem visíveis numa cabeça totalmente branca, devem formar um triângulo equilátero. Os lábios são escuros e bem ajustados, o focinho é largo e a mordedura é em tesoura (embora seja tolerada a mordedura em pinça). Os olhos são muito escuros, de tamanho médio, de forma bastante redonda, nunca amendoados ou salientes. Não devem ser colocados obliquamente. A pigmentação das pálpebras deve ser completamente preta. Quando o cão olha para a frente, o branco dos olhos não deve ser visível. As orelhas são caídas e bem cobertas de pelo abundante. Colocadas acima da linha dos olhos, formando um triângulo equilátero, pendem verticalmente ao longo das bochechas. Quando esticadas para a frente, o couro deve chegar pelo menos até ao canto dos lábios e, na maioria dos casos, o couro chega a meio do focinho. As orelhas são móveis, especialmente quando algo chama a atenção do cão.
O pescoço é bastante longo, erguido e orgulhoso. É redondo e esguio junto ao crânio, alargando-se gradualmente para se inserir suavemente nos ombros. O seu comprimento é cerca de um terço do comprimento do corpo. Não tem barbela.
A cauda é enrolada sobre a garupa (não enrolada) e bem guarnecida de pêlos.
O Bichon Frisé tem um movimento rápido e vivo, com a cabeça orgulhosamente levantada.
Em termos de peso, um Bichon Frisé adulto ideal deve pesar entre 3 e 5 kg, sendo uma raça pequena mas robusta. Quanto à altura, a FCI indica que a altura ao garrote para os machos deve ser de 23-28 cm e para as fêmeas de 23-26 cm; as linhas inglesas são normalmente mais robustas do que as linhas russas ou americanas (esta última é muito popular na Ásia, com a China e a Coreia do Sul a destacarem-se neste continente na criação do Bichon Frisé).
A única cor permitida é o branco puro, sendo permitidas pequenas manchas de creme claro até aos 12 meses de idade.
O ARRANJO DO PÊLO DO BICHON FRISÉ
O Bichon Frisé deve ser aparado com uma tesoura, de preferência uma vez por mês. É útil utilizar um spray anti-estático para facilitar a escultura do pelo durante o corte.
Os cuidados com o pelo do Bichon Frisé requerem tempo e dedicação, pois o pelo tem tendência a emaranhar-se. De facto, é necessário escovar o Bichon Frisé uma vez por dia, de preferência com uma escova com pontas metálicas longas e separadas, penteando o pelo em camadas, em todas as direcções, terminando a favor do pelo, utilizando uma escova de cardar macia nos nós ou nos emaranhados para os desfazer.
Se os nós estiverem muito emaranhados, pode cortá-los com um cortador de nós. Se os nós forem poucos, pode desembaraçá-los manualmente com a ajuda de um pente. Isto dá uma ideia de como é interessante ir regularmente ao salão de beleza para aparar bem o pelo do seu Bichon Frisé.
O corte é feito com uma tesoura reta na parte de trás e com algumas curvas para lhe dar forma. Tente fazer uma forma arredondada nas ancas. Os quartos traseiros são direitos no interior e arredondados no exterior.
A parte inferior do lombo é feita com uma tesoura reta. Os membros anteriores devem ter uma forma cilíndrica. Para o pescoço, é aconselhável utilizar tesouras curvas, de modo a que fique arqueado.
A cabeça deve ser a última parte do corpo. A zona dos olhos deve ser limpa e arredondada com uma tesoura reta.
A SAÚDE DO BICHON FRISÉ
-LUXAÇÃO DOS JOELHOS: Trata-se de uma fraqueza das rótulas ou dos joelhos que pode ser controlada por uma criação selectiva.
-PERDA DE VISÃO: Pode ocorrer perda de visão, mesmo em cães muito jovens. As recomendações para este tipo de problema são evitar a reprodução do exemplar afetado.
-CÁLCULO DA GLÂNDULA: É uma predisposição natural dos cães de raças pequenas, que pode ser agravada pelo excesso de proteínas, magnésio ou fósforo na dieta do cão. Os sintomas podem incluir micção frequente, apatia, mal-estar e fraqueza. Por vezes é necessária uma cirurgia, mas pode ser evitada com passeios frequentes, uma dieta controlada em termos de proteínas e exercício suficiente.
-INFECÇÕES DA BOCA: Devido ao tamanho dos dentes e ao facto de os incisivos inferiores estarem por vezes suavemente apinhados, devem ser limpos diariamente com guloseimas e escovas de dentes especiais, sendo recomendada uma limpeza anual da boca, se necessário.
Uma boa opção é uma ração de grão grosso, mas cómoda e com baixo teor de sódio, como a ração Reis d'Aranda Angus Beef.
O BICHON FRISÉ COMO ANIMAL DE ESTIMAÇÃO
O Bichon Frisé é uma óptima escolha para absolutamente todos os tipos de famílias, especialmente para aquelas com crianças ou pessoas idosas, a sua natureza divertida e doce torna-o muito adequado para isso, destacando-se também como um animal de terapia.
É sociável e não se mete em brigas nem é rude com outros animais, tendo de facto uma personalidade bastante ingénua e inocente (embora seja muito inteligente).
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