O seu nome diz tudo: o coelho azul de Viena é originário da Áustria. Não só é bonito com o seu pelo azul-acinzentado...
MACRO EXPLORAÇÕES DE ANIMAIS DE COMPANHIA VS. CRIADORES ÉTICOS
MACRO EXPLORAÇÕES DE ANIMAIS DE COMPANHIA VS. CRIADORES ÉTICOS
O que é uma macro-criação de animais de estimação? O que é um "criador ético"?
Muitas pessoas desinformadas (mas bem intencionadas) ignoram as diferenças entre uma e outra: lucro vs. devoção; exploração vs. conservação?
No artigo a seguir, vamos aprender o que é uma macro fazenda de animais de estimação e o quanto ela difere da criação ética.
O QUE É UMA MACRO-AGRICULTURA DE ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO?
Todos nós já ouvimos, vimos ou ouvimos falar de explorações de vacas ou porcos em grande escala através de grupos ambientalistas ou de notícias. Nalgumas macro explorações, os animais vivem em condições um pouco mais dignas, noutras deploráveis, mas o objetivo é o mesmo: criação intensiva e contínua.
No caso dos animais de estimação, podemos encontrar a mesma coisa: grandes "fábricas" cujo destino é um pouco diferente do das galinhas ou dos porcos: as tradicionais lojas de animais (existem outros tipos de lojas conhecidas como "lojas de animais não convencionais", das quais falaremos noutro artigo).
Este tipo de quintas são sobretudo conhecidas pelos cães, sendo grandes exemplos as "puppy farms de leste" que criam grandes quantidades de cachorros para exportação; animais mestiços de muito baixa qualidade, com pais sem testes de saúde (hereditários ou não), mães que procriam em todos os cios, com doenças mentais herdadas dos pais (como fobias ou agressividade) ou adquiridas devido a um trabalho de socialização nulo ou nefasto. A cereja no topo do bolo é o facto de estes cachorros serem desmamados prematuramente, o que não só agrava os possíveis problemas mentais que já têm, pois não conseguem aprender com a mãe e os irmãos, como também maximiza as hipóteses de ficarem doentes ou morrerem prematuramente.
(ACIMA: Quinta de cães num país da Europa de Leste)
No que diz respeito aos pequenos animais de estimação (coelhos, porquinhos-da-índia, hamsters, ratos, ratazanas...), as macro-agriculturas são mais raras, mas a sua presença é muito forte na sociedade e, como seria de esperar, tornam-se o "rosto" da criação: o rosto negativo, o rosto negligente, o rosto que todos apontam e que salpica quem não deve ser salpicado. Calcula-se que, só em Espanha, uma macro-agricultora de animais de companhia cria uma média de um milhão de animais por ano, vira-latas, muitos deles com problemas de saúde hereditários, como a má oclusão, e com pouca ou nenhuma socialização.
Alguém pensa realmente que é possível manter, conhecer, socializar e amar mais de um milhão de animais e os seus respectivos pais em perfeitas condições? Não, não é possível.
Hoje em dia, estas instalações gigantescas são muito bem vistas pelas autoridades governamentais, que lhes dão todas as facilidades porque atraem dinheiro para a zona (de certa forma).
CRIADORES ÉTICOS
Existem criadores éticos? Muitas pessoas afirmam que nenhuma criação é ética, mas ao contrário do que essas pessoas repetem como um mantra, convencidas até ao tutano, os criadores éticos existem, e portanto a criação ética existe.
Um criador ético é um artista, um conservacionista, um devoto, um estudioso e um escravo.
O objetivo da criação de animais (seja qual for o animal em questão) é mantê-los entre nós, para que as gerações futuras possam desfrutar da sua essência, da sua beleza, do seu comportamento e das suas aptidões. O criador ético apaixonou-se um dia por uma determinada raça ou espécie de animal, começou a ler, a fazer perguntas, a informar-se e, a partir do momento em que partilhou a sua vida com essa raça ou espécie, sentiu que o veneno dessa raça ou espécie se lhe entranhou nos ossos, se lhe vincou na alma e nunca mais o largou; é uma pessoa que decidiu dedicar o seu esforço, o seu dinheiro, a sua casa e o seu tempo livre a contribuir para aquilo por que se apaixonou.
Para o criador ético, o bem-estar dos seus animais está em primeiro lugar, pelo que procura mantê-los próximos e, a opção preferida a nível europeu e americano, é mantê-los em casa; a grande maioria dos criadores éticos recusa-se a manter os seus animais no meio do campo, num edifício industrial, desde logo porque fazem parte da sua família e, além disso, é muito mais complexo cuidar deles, uma vez que não estão com eles 24 horas por dia, 7 dias por semana, não podem ser devidamente vigiados...
(coelho reprodutor anão Teddy Lop em França, propriedade de um criador ético)
Os animais de um criador ético vivem em instalações confortáveis, seguras e limpas (com medidas adequadas dentro das possibilidades de cada um), parques onde podem fazer exercício, contacto com o sol, a família, outros animais?
A socialização que é feita desde o momento do nascimento, o esforço para fazer avançar um cachorro que tem problemas (mas não querem que morra sem tentar tudo primeiro), os testes de saúde, a alimentação, o afeto?
Um criador ético nunca explora os seus animais, deixando-os longos períodos de repouso entre os nascimentos (no caso dos coelhos, muitos deles reproduzem-se um par de vezes na sua vida reprodutiva, que vai dos 6 meses aos 4 anos) ou mesmo reproduzem-se apenas uma vez; e, o objetivo de tudo, não é o lucro (um criador ético nunca recupera o dinheiro que investe numa ninhada ou num animal) mas sim poder desfrutar dos seus animais, vê-los crescer com amor e poder fazer uma família feliz.
A IMPORTÂNCIA DOS CLUBES OU ASSOCIAÇÕES DE RAÇA NA CRIAÇÃO ÉTICA
As associações de criadores e os clubes de raça são de grande importância para a criação ética. Não só denunciam socialmente, através da informação, as práticas mais do que questionáveis das macro-agriculturas, como indicam aos seus membros como devem manter, cuidar e realizar o seu trabalho de um ponto de vista profissional, orientados por associações maiores (maioritariamente alemãs ou britânicas): que tipos de cruzamentos podem ou não fazer para a saúde do animal, o tamanho mínimo que as instalações devem ter de acordo com a raça, que animais não devem ser criados e devem ser apenas para animais de estimação, alimentação, saúde, cuidados, formas de os identificar...
As associações e clubes de raças, a nível público, são magníficos pontos de informação a que nos devemos dirigir quando estamos interessados em adquirir um novo animal de estimação (seja através da compra ou da adoção): que cuidados específicos requerem, existem testes de saúde que devemos pedir ao criador ou que devemos considerar fazer mesmo que o nosso animal seja adotado (como prevenção), o meu estilo de vida pode ser adaptado às suas necessidades?
A informação é fundamental para evitar surpresas desagradáveis.
A CRIAÇÃO ÉTICA E O PROBLEMA DO ABANDONO
A nível mundial (e não só em Espanha) existe um grande problema de abandono de animais de companhia, sendo a perda de interesse, a perda de poder de compra ou de saúde do cuidador e os problemas de comportamento algumas das causas mais frequentes.
Então, porquê criar bem um animal se há muitos à procura de um lar?
Em primeiro lugar, queremos recordar que em Espanha não existem números oficiais de animais abandonados, mas que estes se baseiam no que é declarado pelos diferentes serviços de proteção animal.
Embora muitas pessoas não queiram acreditar, a criação ética é uma das melhores formas de acabar com o abandono, porquê? Porque lidamos com pessoas experientes, que criam em muito pequena escala e tentam manter um contacto próximo com as famílias dos animais que eles próprios criaram.
São animais que são sempre entregues identificados (o método depende do tipo de animal, sendo a primeira opção o microchip), uma identificação que vai para uma base de dados governamental (como a RIACA) ou privada (de um clube) ligada aos dados do proprietário: nome, morada, bilhete de identidade... e, no caso de encontrar o animal abandonado, torna-se um importante ponto de partida para encontrar o responsável pelo mesmo.
Os problemas de saúde ou de comportamento são quase inexistentes (deixando de lado o facto de o animal poder sofrer negligência psicológica após a sua entrega, o que pode alterar o trabalho realizado pelo criador), precisamente porque um criador ético, ao contrário de uma quinta de animais, recusa-se a reproduzir qualquer tipo de animal: se tiver um problema de saúde transmissível aos seus descendentes, por mais bonito que seja, não serve.
E, por fim, a família é sempre lembrada (por palavra ou por contrato) de que, se tiver de se desfazer do animal por qualquer razão (sobretudo do ponto de vista financeiro e de saúde), deve devolvê-lo ao criador para que este lhe encontre um lar ou, na sua falta, dizer-lhe com quem o animal vai viver a partir de agora e dar-lhe todos os dados dessa pessoa para que ele os altere no registo. O que acontece se não o fizer e o novo segundo proprietário cometer uma negligência grave? O problema é do primeiro proprietário, porque ele é o proprietário legal do animal.
Então, os abrigos e os criadores éticos têm de estar em desacordo uns com os outros? Não, de modo algum. Ambos gostam de animais, ambos se interessam pelo seu bem-estar; é bastante complexo (não impossível) encontrar um animal abandonado de uma raça certificada (com pedigree), proveniente de um criador ético e mais ainda identificar a sua origem.
Como facto interessante, mais de um criador de pequenos animais de estimação (coelhos, porquinhos-da-índia, ratos...) doa no final do ano uma percentagem das suas vendas (cerca de 10% dos lucros anuais) a um ou mais abrigos de animais locais para continuar o seu maravilhoso trabalho, ajudando-os com as contas resultantes da irresponsabilidade das pessoas.
O DONO É O ÚNICO RESPONSÁVEL
Vivemos numa época em que a informação (boa ou má, mas acessível) é muito fácil de aceder, mas há uma coisa curiosa que, no que diz respeito a certas raças de cães e pequenos animais de estimação que estão na moda, se mantém igual por mais tempo que passe: as pessoas não se informam. É como se estivessem demasiado apertadas ou com preguiça de pegar num livro, visitar o site de um clube de raça ou ir a exposições e feiras de animais para saber mais sobre as necessidades e características do animal de que tanto gostam.
É um animal lindo que rouba todos os olhares. É um animal talentoso que já vimos fazer mil e um truques no YouTube. É um animal imponente que nos faz sentir seguros. É um animal adorável e fofinho pelo qual nos apaixonamos no Instagram.
Mas qual é o lado B de tudo isto? Como devo mantê-lo bonito e saudável? O que devo fazer para o treinar? O que acontece se este animal imponente e protetor se descontrolar e se tornar, por negligência MINHA, um perigo?
As pessoas precisam de ser educadas de um ponto de vista profissional: veterinários, criadores, tratadores....
Quando se comete uma negligência e ninguém o informou de nada (o que acontece em muitas lojas de animais tradicionais, cujos empregados não têm qualquer tipo de conhecimento de peso para oferecer ao cliente; não falemos de macro-agriculturas...) é-se ignorante mas, se se foi devidamente informado por palavras e por escrito, e se comete a negligência porque não se importa, já não se é ignorante, é-se incompetente.
O futuro do verdadeiro bem-estar animal é a educação CORRECTA das pessoas (especialmente das crianças), o trabalho conjunto das associações de proteção e das associações de criadores éticos e, claro, o reconhecimento dos benefícios da criação ética em pequena escala (familiar) em oposição às grandes fábricas.
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Comentários
Siempre con responsabilidad
Por:Soraya Luna Em 2024-05-15Reconozco que yo soy más de adoptar y que siempre invito a los demás a hacerlo porque le salvas la vida a un animal, pero también es verdad que es raro que a nuestra protectora o la de mis conocidos lleguen animales criados en un criador bueno, siempre van identificados y, si les contactan, los recogen ellos mismos o colaboran con nosotros para encontrarlos un nuevo hogar. Lo que hay que cerrar son estas granjas de m* que los tratan como basura, no castigar a quien los cría con cariño. Pero, lo más importante, es que los adoptantes y compradores lo hagan con responsabilidad, si la gente fuera responsable no habría abandono.
Family breeding
Por:Ron Warden Em 2024-05-11A very correct article, the future of pets is family breeding, not everything depends on having or not the license from the city council (money, money and money), if family breeding disappears only pet farms will be left!
Cuanta razón...
Por:Nadine Mei L. Em 2024-05-11Se nota que este blog lo lleva gente profesional que no copia-pega de otros blogs ni tiene el cerebro comido por el "no compres, adopta", cualquier forma de adquisición responsable es correcta, he visto protectoras que no querían saber nada de "sus" animales si el dueño estaba en una situación dificil y criadores que se han volcado en buscarles una nueva casa o se los han llevado a la suya propia, los han castrado y buscado una nueva familia.
SUPER IMPORTANT!
Por:Danny Em 2024-05-11It is very important to know the difference between good breeders and bad breeders, if only good breeders would breed, there would be much less abandonment. I hope that one day the animal groups will learn and fight against what they have to fight against, breeding is not bad, what is bad is not doing it well.
Gran artículo
Por:Sylvia Em 2024-05-02Yo compré a mi bebenejo (mini lop) en un criador que va a exposiciones, me informó de todo, está sanísimo (tiene 8 años), nuca se ha puesto enfermo y, con cualquier duda, puedo escribirle o llamarle y está encantado de asesorarme. Antes tuve un conejo de tienda que me decían que era un toy y se me murió a los tres días porque o era muy pequeño o estaba lleno de parásitos.
The breeder = The best option
Por:Steve Em 2024-05-02The best option is always to opt for a family breeder who goes to shows, cheap is always expensive and sadly there are too many farms or "pseudo breeders" who should just dig themselves into a hole and leave the animals.
If you don't want to spend money or you don't care about the breed, adopt, but always buy from a specialised breeder.