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QUE PLANTAS SÃO VENENOSAS PARA OS ANIMAIS DE COMPANHIA?
INTRODUÇÃO
Todos nós temos plantas em casa que trazem luz e cor às nossas vidas, nos transportam para lugares exóticos ou perfumam as nossas casas; mas quando temos animais de estimação é importante que nos informemos sobre quais dessas plantas que temos ou podemos adquirir são perigosas para o bem-estar dos nossos animais. Ignorar esta questão e confiar que “eles não lhes tocam” pode ser muito arriscado, pondo mesmo em perigo a vida dos nossos animais de estimação.
PLANTAS TÓXICAS PARA OS ANIMAIS
Eis algumas das plantas que são comuns nas nossas casas e que são tóxicas ou perigosas para os nossos animais:
ALOE VERA: A seiva (acíbar) da planta é tóxica (látex amarelado), encontra-se logo abaixo da pele dos caules.
Provoca irritação das mucosas e da pele.
Sintomas de intoxicação: bolhas na pele e nas mucosas, salivação, vómitos, diarreia, dores abdominais, pulso fraco, conjuntivite (em contacto com os olhos). Não confunda o látex de aloé com o gel de aloé (o gel de aloé é uma planta medicinal muito utilizada em todo o mundo).
ANTÚRIO: A planta inteira é tóxica, irrita as mucosas.
Sintomas de envenenamento: salivação, comichão intensa no rosto, inchaço do rosto, vómitos e paralisia da língua.
AZALÉIA: A planta inteira é tóxica, sobretudo a folha.
Contêm grayanotoxinas, glicosídeos que afectam o aparelho digestivo, o sistema circulatório e o sistema nervoso.
Sintomas de envenenamento: vómitos prolongados, arritmias, convulsões, ataxia (perda de controlo muscular durante movimentos voluntários, como andar ou levantar), fraqueza, depressão e morte. O envenenamento por estas plantas é raro.
BOLBOS DE PLANTAS ORNAMENTAIS (JACINTHUS, NARCISO E TULIPA): Os bolbos de algumas plantas ornamentais contêm substâncias capazes de envenenar animais e seres humanos.
A intoxicação é quase sempre causada pela mordidela de bolbos que ainda não foram enterrados ou que foram desenterrados por brincadeira ou curiosidade.
Os doentes são animais jovens ou adultos aborrecidos ou stressados.
Sintomas de envenenamento: gastroenterite (geralmente ligeira a moderada), dermatite de contacto.
CODIAEUM VARIEGATUM: A seiva da planta é tóxica, irrita as membranas mucosas e a pele.
Sintomas de envenenamento: bolhas na pele e na mucosa oral, salivação, vómitos, diarreia, pulso fraco, dores abdominais, conjuntivite (em contacto com os olhos).
ADAM'S WORT: A planta inteira é tóxica, irritante para as membranas mucosas.
Sintomas de envenenamento: sintomas de salivação, comichão intensa no rosto, inchaço do rosto, vómitos, paralisia da língua.
DIGITALIS PURPUREA: Toda a planta é tóxica, especialmente as flores e os frutos, afectando o coração.
Sintomas de intoxicação: vómitos, diarreia, bradicardia (batimento cardíaco lento) e arritmias.
DRACENA: O composto ativo tóxico destas plantas tóxicas é a saponina.
Sintomas de envenenamento: pupilas dilatadas, vómitos, perda de apetite e aumento da baba.
FAMÍLIA ARACEAE: Plantas tropicais, muito utilizadas como plantas ornamentais de interior. As suas flores estão agrupadas em espádices e protegidas por uma bráctea chamada espata.
Princípios tóxicos e mecanismo de ação: Apresentam cristais puntiformes de oxalato de cálcio no interior de células denominadas idioblastos. Quando a planta é mastigada, os idioblastos rompem-se e os cristais incrustam-se na mucosa, provocando irritação e inflamação de toda a cavidade oral e erosões-ulcerações gástricas.
Toda a planta é tóxica. Provoca irritação das membranas mucosas.
Sintomas de envenenamento: irritação oral, comichão intensa, irritação ocular, dificuldade em engolir e mesmo em respirar nos casos mais graves. Pode ocorrer alteração da função renal e alterações neurológicas.
IVEDRA: A planta inteira é tóxica, produzindo irritação das membranas mucosas.
Sintomas de envenenamento: irritação oral, comichão intensa, irritação ocular, dificuldade em engolir e respirar em casos graves.
CATNIP: As folhas e os caules desta planta induzem alterações comportamentais exclusivamente nos gatos, embora um terço dos gatos não seja afetado por esta planta.
As substâncias indutoras são os óleos essenciais e um monoterpeno (nepetalactona) contidos nas folhas e nos caules. Estas substâncias são absorvidas por via nasal.
Os gatos cheiram repetidamente a planta e, num curto espaço de tempo, apresentam sinais caraterísticos de envenenamento: fricção contra a planta, ataxia e quedas, rolar persistente, tialismo, consumo de grandes quantidades da planta; a ingestão provoca vómitos e diarreia, que são fenómenos autolimitados.
Os sinais persistem durante cerca de uma hora; após duas horas, os animais tornam-se novamente sensíveis ao efeito da planta. Não foram registados casos graves de envenenamento por catnip.
HORTENSIA: As folhas e os rebentos são as partes venenosas desta planta, tendo sido descrita a presença de um glicosídeo cianogénico (hidrangina) e de saponinas, óleos e resinas.
A intoxicação por hortênsia é raramente registada.
Sintomas de envenenamento: gastrointestinais, cianose (cor das mucosas), convulsões, dores abdominais, flacidez muscular, letargia, vómitos e coma.
KALANCHOE / DEVIL'S THORN: Toda a planta é tóxica, especialmente as flores. A sua toxicidade afecta o coração.
Sintomas de envenenamento: vómitos, diarreia, ataxia, tremores e morte súbita.
LILIUM: Todas as partes da planta são tóxicas, especialmente as flores. A identidade da substância tóxica desta planta ainda não é conhecida.
O género Lilium contém numerosas espécies e variedades cuja elevada capacidade tóxica só foi descrita em gatos, nos quais provoca uma insuficiência renal aguda.
Apenas foram observados problemas gastrointestinais ligeiros, sem perigo de vida, em cães que consumiram quantidades significativas da planta.
Sintomas de envenenamento: Início no prazo de 3 horas após o consumo da planta, com vómitos, tialismo, anorexia e depressão.
LÌRIO-DO-VALE: Esta planta, também chamada lírio-do-vale, contém saponinas com efeitos gastrointestinais e glicosídeos cardiotóxicos.
No entanto, ambos os tipos de tóxicos são pouco absorvidos pelo trato intestinal, pelo que a planta não representa um risco toxicológico significativo.
Sintomas de envenenamento: náuseas, vómitos, diarreia, cólicas e tenesmo, seguidos horas mais tarde por sinais cardiovasculares (hipotensão, bradicardia, bloqueio atrioventricular de grau I-III, assistolia). Outros sinais incluem depressão, fadiga, confusão, hipercalemia, hiperidrose, tremores. A sintomatologia ocorre 5-24 horas após a ingestão e a morte pode ocorrer entre 10 horas e 4 dias.
MAMONEIRA: Toda a planta é tóxica, especialmente as sementes. A sua toxicidade provoca a morte celular por bloqueio da síntese proteica.
Sintomas de intoxicação: vómitos, diarreia, mucosas arroxeadas (cianose), ataxia, convulsões e fraqueza. Os sinais de envenenamento só aparecem 3 dias após a ingestão.
MARIHUANA: O produto conhecido como marijuana é uma mistura de caules, folhas e flores de Cannabis sativa cortados, secos e moídos, cuja resina é rica em substâncias psicoactivas (canabinóides); o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC) é considerado o principal e mais potente canabinóide.
Os cães e os gatos rejeitam naturalmente o consumo de marijuana. O tratamento desta intoxicação é exclusivamente sintomático.
A intoxicação ocorre geralmente quando a planta é misturada na comida que lhes é oferecida (manteiga, brownies), ou quando são forçados a consumir cigarros de marijuana ou a inalar o fumo (embora a apresentação de intoxicação neste caso não seja comum). Estudos estrangeiros indicam que 95-97% dos casos de intoxicação ocorrem em cães.
Não deve confundir a planta da marijuana com tratamentos veterinários à base de canábis.
Sintomas de intoxicação: Os canabinóides são altamente lipofílicos e os seus metabolitos fixam-se rapidamente em órgãos ricos em lípidos, como o cérebro. Pensa-se que o THC actua num recetor cerebral seletivo para os canabinóides, daí os efeitos no sistema nervoso central causados por este intoxicante. Nos cães, estes efeitos ocorrem geralmente 30 a 90 minutos após a ingestão e podem durar até 72 horas. Cerca de um terço dos pacientes apresenta sintomas digestivos (vómitos, diarreia, tialismo); na maioria dos casos, estão presentes olhos vidrados, midríase, ataxia grave, depressão ou alternância de depressão e excitação, desorientação, sonolência, bradicardia, tremores e hipotermia.
FILODENDRÃO: A planta inteira é tóxica. Pode causar irritação das membranas mucosas.
Sintomas de envenenamento: irritação oral, comichão intensa, irritação ocular, dificuldade em engolir e respirar mesmo em casos mais graves. Podem ocorrer alterações da função renal e alterações neurológicas.
FLOR DE PLUMA: As sementes e as vagens que as contêm são as partes tóxicas da planta, cujo veneno se diz ser um glicosídeo insuficientemente caracterizado.
Os sintomas de intoxicação são gastrointestinais (náuseas, vómitos, diarreia, cólicas), geralmente de intensidade média, e o tratamento é sintomático.
SPATIPHYLLUM: A planta inteira é tóxica, irritante para as membranas mucosas.
Sintomas de envenenamento: irritação oral, comichão intensa, irritação ocular, dificuldade em engolir e respirar mesmo em casos mais graves. Podem ocorrer alterações da função renal e alterações neurológicas.
ZANTEDESCHIA AETHIOPICA: A planta inteira é tóxica, irritante para as membranas mucosas.
Sintomas de envenenamento: salivação, comichão intensa no rosto, inchaço do rosto, vómitos, paralisia da língua.
LAUREL: É importante notar que o louro (Laurus nobilis) pode ser tóxico para cães e gatos devido à presença de eugenol e de outros óleos essenciais. Estes compostos podem causar problemas digestivos nestes animais, tais como salivação excessiva, vómitos, diarreia, dores abdominais e obstruções. É importante certificar-se de que não aromatiza a comida do seu cão ou gato com folhas de louro e que mantém as folhas de louro fora do alcance destes animais.
Para além disso, o envenenamento por louro pode ser especialmente perigoso nos gatos devido aos seus hábitos de escovagem e porque a absorção tópica destes compostos tóxicos é mais fácil. Os sintomas de envenenamento em gatos podem incluir tremores, ataxia, insuficiência respiratória e hepática e uma queda na temperatura corporal. Curiosamente, o loureiro também é tóxico para os cavalos.
Os sintomas de envenenamento podem aparecer várias horas ou mesmo dias após a ingestão. Por conseguinte, é importante estar alerta e procurar imediatamente cuidados veterinários se suspeitar que o seu animal de estimação consumiu esta planta tóxica.
VISCO: O visco, a planta típica do Natal, é uma planta que contém lectinas e foratoxinas, que são as principais substâncias químicas tóxicas para os animais de estimação peludos. Estas substâncias podem afetar o coração de cães e gatos, provocando uma pressão arterial baixa e um ritmo cardíaco mais lento.
O envenenamento por visco só ocorre se o animal consumir uma grande quantidade de visco. Os sintomas de envenenamento em cães e gatos podem incluir distúrbios gastrointestinais, vómitos, diarreia, dificuldade em respirar e comportamento bizarro. Pode também sentir fraqueza devido a uma tensão arterial baixa ou a um ritmo cardíaco lento. É importante notar que o tratamento do envenenamento por visco dependerá da quantidade de planta que o animal consumiu e da gravidade dos sintomas. Em casos ligeiros, pode ser recomendada apenas a monitorização e observação para garantir que os sintomas não se agravam. Em casos mais graves, pode ser necessária medicação para controlar os sintomas e estabilizar o animal. Em casos extremos, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica para remover o visco do organismo do animal.
FLOR DE RASTRO: É muito comum ter uma poinsétia em casa durante a época festiva, mas tenha em atenção que esta planta é tóxica para cães e gatos. Por isso, é importante não ter esta planta em casa se tiver animais de estimação ou, se os tiver, certificar-se de que está fora do seu alcance.
As poinsétias contêm uma seiva leitosa no seu interior que, se ingerida, pode ser muito irritante para a boca e o estômago dos cães e gatos. Se o animal consumir apenas uma pequena quantidade desta planta, os sintomas de envenenamento podem incluir salivação excessiva, vómitos e diarreia. Se consumir grandes quantidades, os sintomas podem ser mais graves. Além disso, a seiva da poinsétia pode causar irritações na pele e nos olhos se entrar em contacto com estas zonas sensíveis.
Tal como acontece com o visco, o tratamento para o envenenamento dependerá da quantidade de planta que foi ingerida pelo seu cão ou gato. Nos casos ligeiros, tratar-se-á simplesmente de um acompanhamento da sua evolução; nos casos mais graves, será recomendada medicação para estabilizar os sintomas de intoxicação do animal; mas nos casos mais extremos, será provavelmente recomendada hospitalização ou cirurgia.
DIEFENBAQUIA: A Diefembaquia é uma planta pertencente à família das Araceae, o que significa que é parente das plantas do género Philodendron. Tal como as plantas Philodendron, todas as partes da Diefembaquia são tóxicas para cães e gatos.
A seiva da Diefembaquia contém cristais insolúveis de oxalato de cálcio que podem irritar as membranas mucosas e causar hipersalivação, hipertrofia da língua, úlceras, vómitos e dificuldade em comer. A ingestão de dihydrambacillus pode também causar problemas renais e respiratórios. Se o seu cão ou gato entrar em contacto com a seiva da diefembaquia, pode causar inflamação da córnea e possível cegueira temporária.
O QUE DEVO FAZER SE O MEU ANIMAL DE ESTIMAÇÃO TIVER SIDO ENVENENADO POR UMA PLANTA?
Se suspeitarmos que o nosso animal de estimação foi envenenado por uma planta, é importante que se dirija rapidamente ao veterinário para que possa receber o tratamento mais adequado ao seu caso. Nunca deve deixá-lo sozinho para ver se “produz sintomas” ou tentar tratá-lo por si próprio.
A PREVENÇÃO EM PRIMEIRO LUGAR
Como já referimos, é importante que, se tivermos animais e eles tiverem acesso a plantas (dentro ou fora de casa), escolhamos plantas que não sejam nocivas para os nossos animais. Se isso não for possível ou se não conseguirmos encontrar plantas “seguras”, é essencial que aprendamos a reconhecer os primeiros sintomas de envenenamento e que tomemos as medidas necessárias para evitar que os nossos animais tenham acesso a essas plantas, como colocá-las num compartimento fechado (estufa) ou colocá-las em locais onde não as possam morder ou tocar.
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