O seu nome diz tudo: o coelho azul de Viena é originário da Áustria. Não só é bonito com o seu pelo azul-acinzentado...
O SMOOTH COLLIE
INTRODUÇÃO
O Smooth Collie é uma raça de cão originalmente desenvolvida como cão pastor. Trata-se de uma versão de pelo curto do Collie de pelo comprido ou Rough Collie. Algumas associações caninas consideram o Smooth e o Smooth Collie como variações da mesma raça.
A ORIGEM DO COLLIE LISO
Estes cães tiveram origem nas terras altas da Escócia, juntamente com o collie de pelo comprido. Nessas montanhas serviam como cães de pastoreio, mas com o passar do tempo tornaram-se também animais de companhia muito apreciados, embora nunca tenham atingido a popularidade dos seus parentes de pelo comprido.
Atualmente, o collie de pelo comprido e o de pelo curto são reconhecidos como uma única raça de cão pelo American Kennel Club, mas são tratados como raças de cães separadas pela Fédération Cynologique Internationale (FCI).
ESTALÃO DO SMOOTH COLLIE
ASPECTO GERAL: O Smooth Collie é um cão dotado de inteligência, vivacidade e atividade. Tem um porte digno devido à sua estrutura anatómica perfeita, em que cada parte está em proporção com o todo. A sua estrutura física deve mostrar força e atividade, sem sinais de peso ou rudeza. A expressão é muito importante. Ao fazer uma avaliação relativa, deve ter em consideração o equilíbrio e a combinação perfeita entre o crânio e o focinho, o tamanho, a forma, a cor e a colocação dos olhos, bem como a posição e o porte corretos das orelhas.
PROPORÇÕES IMPORTANTES: Vistos de perfil, a parte superior do crânio e o chanfro formam duas linhas rectas e paralelas de igual comprimento. O corpo é ligeiramente comprido em relação à altura ao garrote.
CABEÇA: As caraterísticas da cabeça são muito importantes e devem ser consideradas em proporção com o tamanho do cão. A cabeça, quando vista de frente ou de lado, é em forma de cunha, claramente truncada e de contornos suaves. O ponto médio entre o canto interno dos olhos é o ponto de equilíbrio do comprimento da cabeça.
REGIÃO CRANIANA:
Crânio: o crânio é achatado. Os lados afilam gradual e suavemente desde as orelhas até à ponta do nariz. A altura do crânio, medida da arcada supra-orbitária até à região submaxilar, nunca deve ser excessiva (globalmente não demasiado profunda).
STOP: Ligeiro mas percetível. O ponto médio entre os cantos internos dos olhos é o ponto médio de um stop ou depressão bem colocado.
REGIÃO FACIAL:
TRUFA: Deve ser sempre preta.
Chanfro: A extremidade lisa e bem arredondada do chanfro é truncada, mas nunca quadrada ou pontiaguda.
Maxilares / Dentes: O maxilar inferior é forte e bem definido. Os dentes são de bom tamanho.
Os maxilares devem ser fortes, com uma dentição sã e completa, com mordedura em tesoura, ou seja, o interior dos incisivos superiores em estreito contacto com o exterior dos incisivos inferiores e em ângulo reto com os maxilares.
QUEIXOS: Pouco salientes.
OLHOS: Uma caraterística muito importante que lhe confere uma expressão suave. São de tamanho médio (nunca demasiado pequenos), ligeiramente inclinados, amendoados e de cor castanha escura, exceto nos merles azuis em que os olhos (um ou ambos, ou parte de um ou ambos) são azuis ou azulados. A expressão é cheia de inteligência, com um olhar vivo e alerta quando o cão está atento.
ORELHAS: As orelhas são moderadamente grandes, mais largas na base e colocadas nem demasiado juntas nem demasiado afastadas nos lados da cabeça. Quando o cão está em repouso, elas estão recostadas, mas quando está atento, são trazidas para a frente e portadas semi-erectas, ou seja, cerca dos primeiros dois terços da orelha estão erectos e o terço superior cai naturalmente para a frente, abaixo da horizontal.
PESCOÇO: Musculado, forte, de bom comprimento e bem arqueado.
CORPO
Dorso: Direito e firme.
Lombo: Ligeiramente arqueado.
Peito: Relativamente largo atrás das espáduas. Costelas bem arqueadas.
CAUDA: A cauda é longa, com a última vértebra a chegar, pelo menos, aos jarretes. Quando o cão está em repouso, a cauda é portada baixa, mas ligeiramente virada para cima na ponta; quando excitado, pode ser portada alegremente, mas nunca sobre o dorso.
MEMBROS
MEMBROS ANTERIORES:
ASPECTO GERAL: Membros anteriores direitos e musculados. Ossatura moderada.
Ombros: Ombros inclinados, bem recuados. Bom retorno do braço com o cotovelo abaixo do garrote.
Cotovelos: Não virando nem para dentro nem para fora.
MEMBROS ANTERIORES: Músculos com uma certa espessura.
Jarretes: Flexíveis, mas não fracos.
MÃOS: Ovais, com almofadas fortes. Os dedos devem ser arqueados e próximos uns dos outros.
MEMBROS POSTERIORES: Bem definidos e musculados.
MÚSCULO: Musculado.
JOELHO: bem angulado.
JARRETES: Os jarretes devem ser bem descidos e poderosos.
MÃOS: Ovais com almofadas fortes. Os dedos devem ser arqueados e bem juntos.
ANDAMENTO / MOVIMENTO: O movimento é uma caraterística distintiva desta raça. Um bom cão de marcha nunca deve ter os cotovelos virados para fora, mas quando se desloca, as suas patas dianteiras devem permanecer relativamente juntas. É altamente indesejável o movimento da marcha cruzando os membros longitudinalmente ou lateralmente e balançando o corpo. Visto de trás, os membros posteriores, desde os jarretes até ao solo, devem mover-se paralelamente, mas não juntos; visto de lado, o movimento é unido. Os quartos traseiros são poderosos e dão bastante impulso. É desejável uma passada razoavelmente longa, que deve ser ligeira e sem esforço aparente.
PELAGEM
Pelo: A pelagem é curta e lisa. O pelo exterior é de textura áspera; o subpêlo é muito denso. Não deve ser escovado ou tosquiado.
COR: São reconhecidas três cores:
- (Canela com branco || Qualquer tom de dourado claro a mogno escuro ou zebelline matizado. As cores palha clara e creme são altamente indesejáveis).
- TRICOLOUR (Preto, bronzeado e branco || Um reflexo avermelhado na pelagem é altamente indesejável, geralmente produzido pela exposição descontrolada ao sol).
- BLUE MERLE (As marcas bronzeadas são preferíveis, embora a sua ausência não deva ser penalizada. Manchas pretas grandes, cor de ripas ou reflexos avermelhados no pelo exterior ou inferior são altamente indesejáveis).
Os cães de todas as cores acima referidas devem apresentar, em maior ou menor grau, as marcas típicas do Collie branco. São desejáveis as seguintes marcas: colarinho total ou parcialmente branco, peito branco, membros, pés e ponta da cauda brancos. É permitida uma mancha branca no focinho ou na cabeça. Marcas brancas que não se estendam para além do garrote ou dos jarretes. É altamente indesejável uma pelagem totalmente branca ou em que predomine o branco.
TAMANHO E PESO:
ALTURA AO GARROTE:
- Machos entre 56 e 61 cm.
- As cadelas entre 51 e 56 cm.
PESO:
- Machos entre 20,5 e 29,5 kg.
- As cadelas entre 18,0 e 25,0 kg.
FALTAS: Qualquer desvio em relação aos pontos anteriores deve ser considerado uma falta e a gravidade com que a falta deve ser considerada deve ser exatamente proporcional ao seu grau e ao seu efeito sobre a saúde e o bem-estar do cão e a sua capacidade para desempenhar o seu trabalho tradicional.
DEFEITOS DESQUALIFICANTES:
- Agressividade ou timidez extrema.
- Qualquer cão que apresente anomalias físicas ou comportamentais evidentes.
- Duplo merle
- Microftalmia
- Boca deformada
- Surdez
- Cegueira total ou parcial
- Qualquer outra cor não mencionada.
N.B:
- Os machos devem ter dois testículos de aparência aparentemente normal, totalmente descidos no escroto.
- Só devem ser utilizados para reprodução cães funcional e clinicamente saudáveis de conformação típica da raça.
SAÚDE DO SMOOTH COLLIE
O Smooth Collie é geralmente uma raça saudável, mas existem certas doenças que devem ser diagnosticadas através de testes de saúde adequados antes da reprodução:
- CEA (Anomalia do Olho do Collie): A Anomalia do Olho do Collie (CEA) é uma doença congénita e hereditária. Todos os cães com CEA têm hipoplasia coroide bilateral (CH), também chamada displasia coriorretiniana, um afinamento do tecido vascular na parte posterior do olho, que não afecta significativamente a visão. Alguns cães também têm coloboma do nervo ótico, uma condição em que o tecido nervoso não está completamente desenvolvido na área onde o nervo ótico contacta com a parte de trás do olho. Em alguns casos, também pode ocorrer descolamento da retina. Os dois últimos defeitos são mais graves e podem mesmo levar à cegueira. A CAA já está presente à nascença e não progride, por isso não precisa de se preocupar com o facto de um cachorro afetado piorar com o tempo. Por outro lado, vale a pena mencionar que os cachorros afectados com CEA não sofrem qualquer dor.
- PRA (Atrofia Progressiva da Retina): Existem dois tipos de neurónios fotorreceptores na retina: os bastonetes (localizados mais na periferia da retina) e os cones (localizados mais perto do centro). Estes fotorreceptores deterioram-se progressivamente, de modo que a retina deixa de ser capaz de captar a luz e, como não consegue enviar informações ao cérebro, o animal deixa progressivamente de ver. Muitas vezes, é difícil de detetar e o dono só se apercebe quando a doença já está muito avançada.
- RETINOPATIA: A retinopatia engloba todas as doenças não inflamatórias que afectam a retina. As mais comuns são a retinopatia hipertensiva, uma complicação da retinite pigmentosa e da hipertensão, e a retinopatia diabética. A retinopatia diabética é a retinopatia mais frequente e é sobretudo uma complicação vascular da diabetes que afecta os olhos do doente.
- CATARATAS: Existem várias causas para a doença das cataratas nos cães. Uma delas pode ser por natureza ou devido à idade do cão, como já referimos acima, devido à rutura do cristalino. Mas há também outras causas de cataratas em cães, como traumas, lesões, inflamação do olho ou diabetes. No entanto, a causa mais comum, ou a mais comummente diagnosticada, é a catarata hereditária. A idade não é um fator determinante nesta causa, uma vez que podem aparecer quando o animal é jovem.
- DC (displasia da anca): A displasia da anca é uma doença multigénica e osteoarticular que pode ser hereditária e degenerativa. Por conseguinte, podem existir diferentes factores para tentar prever se a doença pode ou não desenvolver-se. É necessário ter em conta que, embora possa ser uma doença hereditária, nem sempre tem de se desenvolver, pois é possível que o cão não a transmita aos seus descendentes.
- MDR1: O gene MDR1 é um gene que codifica a glicoproteína-P.
Uma mutação neste gene faz com que esta proteína, necessária para o transporte de muitos medicamentos através do sangue para diferentes órgãos do corpo, não seja produzida.
É responsável por impedir o transporte de muitos fármacos através da barreira hemato-encefálica, ou seja, é responsável por limitar a penetração no cérebro de um grande número de fármacos que seriam tóxicos e mesmo fatais se chegassem ao cérebro. Por conseguinte, os cães com este gene mutado podem permitir a passagem para o cérebro de certos medicamentos que, em cães normais, não têm qualquer efeito nocivo porque não conseguem chegar ao cérebro, mas que, em cães com o gene mutado, podem chegar ao cérebro e causar efeitos muito graves.
A PERSONALIDADE DO COLLIE LISO
Um cão de família amigável com um bom temperamento, este collie está sempre alerta, por isso também será um excelente cão de guarda. Tem tendência a ladrar demasiado se não for bem treinado ou se estiver aborrecido, e não gosta de estar longe da sua própria gente durante longos períodos de tempo. Este cão ativo precisa de estímulo mental, por isso gosta de treino e pode dar-se bem em muitas disciplinas caninas. Pode ser muito sensível e precisa de ser tratado com calma e cuidado.
CONCLUSÃO
Apesar de diferirem apenas na pelagem, o Collie de Pelo Curto sempre esteve na sombra do Collie de Pelo Longo, cuja pelagem elegante atraiu a atenção do mundo. Apesar disso, a Rainha Vitória de Inglaterra (1819-1901) era uma grande admiradora da raça e viveu com três belos cães que apareceram em muitos dos seus retratos.
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