O seu nome diz tudo: o coelho azul de Viena é originário da Áustria. Não só é bonito com o seu pelo azul-acinzentado...
QUANTO É QUE UM COELHO PODE REPRODUZIR POR ANO?
INTRODUÇÃO
Quantas vezes já ouviu o ditado “parir como um coelho”? Se isto é verdade, os coelhos deveriam parir muitas crias e com muita frequência, não é verdade? Na realidade, trata-se de uma meia verdade e a maneira como a nossa coelha se reproduz não só influencia a sua saúde mas também demonstra o respeito do criador pela mãe reprodutora.
AS COELHAS FÊMEAS ENTRAM EM CIO?
Não. As coelhas não entram no cio como os cães nem menstruam como os humanos, mas são capazes de se reproduzir ao longo do mês, embora a eficácia da reprodução dependa da recetividade à reprodução (que se reflecte na cor e espessura da vulva) e de uma combinação de factores externos: clima, temperatura, qualidade da alimentação, níveis de stress e até da própria decisão da coelha.
Se a vulva estiver vermelha viva (não roxa) e parecer brilhante e espessa, acompanhada de uma ligeira elevação das ancas, a égua está recetiva à cobrição e as probabilidades de gestação são de aproximadamente 50%. Se estiver roxa, já passou o tempo e as hipóteses são de cerca de 25% e se estiver pálida e magra, ainda é muito cedo e as hipóteses são mínimas.
Quando uma coelha está com muita vontade de procriar, ela monta a mão e pode puxar-lhe os pêlos ou até ser agressiva se o macho for muito passivo ou se não quiser montá-la por qualquer razão (os coelhos anões tendem a ser um pouco passivos, especialmente os de orelhas caídas e de pelo comprido).
TIPO DE OVULAÇÃO NO COELHO
A coelha é um animal de ovulação induzida, ou seja, não perde tempo com as possibilidades de ficar grávida ou não. Diretamente, quando o coelho macho copula, a coelha desencadeia toda a cadeia hormonal que termina na ovulação e na fecundação. E é até à placentação, cerca de 7 dias após a cópula, que temos finalmente uma gestação com pouco risco de a perder pelo caminho.
- MINUTO 0. O macho realiza a cópula numa coelha recetiva, onde as entradas de luz, alimento, temperatura e conforto trazem valor positivo para a coelha.
- MINUTO 10. A estimulação nervosa chega ao cérebro do reprodutor, adicionando todos os receptores positivos mencionados acima ao efeito do macho.
- 1 HORA. Há uma libertação de GnRh do hipotálamo para a pituitária que estimula a secreção hormonal. Basicamente, toda a atividade cerebral.
- 10 HORAS. A adeno-hipófise liberta FSH-LH na corrente sanguínea com o objetivo de atingir o ovário e activá-lo.
- 12 HORAS. Os óvulos presentes nos ovários iniciam o processo de maturação e ovulação que lhes permitirá desprenderem-se do ovário e serem fecundados pelo espermatozoide.
- 15 HORAS. Os óvulos são libertados e fecundados.
- 7 DIAS. Os futuros embriões implantam-se firmemente na placenta e inicia-se a gestação.
Quando se efectua um acasalamento, é sempre recomendável efetuar outro entre 6 e 8 horas após o primeiro, desta forma asseguramos que quando os ovos são libertados se encontram com a maior quantidade possível de espermatozóides.
REPRODUÇÃO INTENSIVA E INCORRECTA E SUAS CONSEQUÊNCIAS
Quando se fala de reprodução, algumas pessoas pensam em fêmeas que se reproduzem repetidamente sem intervalo, em desmame precoce (que afecta a saúde das crias) e em animais que morrem de exaustão. É o caso da criação industrial ou intensiva, seja para consumo (carne ou peles) ou para animais de estimação (multi-fábricas). Neste tipo de criação, a fêmea reproduz-se todos os meses até ficar “inútil” e é retirada da criação; assim que pára, é inseminada de novo (não é acasalamento natural) e gesta uma nova ninhada enquanto cria a cria que acabou de dar à luz, que é desmamada antes do nascimento da ninhada seguinte.
Este tipo de criação procura obter o maior lucro no mais curto espaço de tempo, sem ter em conta a saúde da mãe em nenhum momento. Este tipo de criação tem uma grande influência na saúde da coelha, provocando descalcificação, probabilidade de sofrer de mastite, stress (e doenças associadas), mortes pós-parto, mortalidade infantil (crias desmamadas demasiado cedo) e prolapsos uterinos (o útero não tem tempo para recuperar).
Os coelhos criados em regime intensivo têm uma esperança de vida curta (cerca de 2 anos).
Nenhum clube de criação ético aceita este tipo de criação e tem regras muito rigorosas no que respeita ao bem-estar das crias e especialmente da mãe.
CRIAÇÃO RESPEITOSA E CORRECTA, AS REGRAS DOS CLUBES DE CRIAÇÃO.
A criação respeitosa ou familiar é muito diferente em todos os aspectos e um deles é o número de vezes que uma cadela reprodutora se reproduz ao longo da sua vida reprodutiva, que dura geralmente até 4 anos (5 em alguns casos previamente estudados pela Direção do clube).
Na reprodução respeitosa, o período mínimo de repouso entre um parto e o acasalamento seguinte é de dois ou três meses e a idade mínima de acasalamento é de 6 meses para as fêmeas (não há idade mínima para os machos, mas o primeiro acasalamento bem sucedido é geralmente por volta dos 5 meses). É raro que a mesma coelha dê à luz mais de duas vezes num ano e, em alguns casos, tem uma ninhada por ano ou duas ninhadas por ano ao longo da sua vida reprodutiva.
No caso das ninhadas em que todas as crias morreram antes dos cinco dias, por qualquer razão (não eram viáveis, a mãe não as reproduziu, morreram durante o parto...), a mãe é deixada em repouso durante 15 a 30 dias antes de tentar reproduzir-se de novo, para que os músculos pélvicos e o útero recuperem o suficiente (a fêmea não sofreu um desgaste importante, pois não reproduziu as suas crias).
Estas coelhas chegam à reforma em perfeito estado de saúde (a partir dos 4 anos), os casos de mastite são extremamente raros e podem ter uma vida longa e feliz como animais de companhia, com uma esperança de vida de 10 a 14 anos.
Em caso de criação familiar, as crias são desmamadas com 45 a 60 dias de idade, consoante o caso e a raça, o que garante que o coelho é forte e aprendeu com a mãe e os irmãos.
CONCLUSÃO
Como podemos constatar, existe uma grande diferença entre a criação industrial e a criação familiar. Fazendo as contas, uma coelha de criação industrial que tenha uma média de 5 crias por ninhada dará à luz 60 crias por ano (embora o número real sejam as crias que chegam ao desmame sem complicações e que não morrem durante essas 4 semanas), o que se traduz em cerca de 120 coelhinhos ao longo do seu período reprodutivo. Na criação familiar, a média é de 8-15 coelhos nascidos num período de 4 anos, por vezes menos porque há mães que só têm entre 1 e 3 crias por ninhada.
A saúde da mãe está em primeiro lugar e quando se lida com a vida de outras pessoas tem de se ter respeito. Os clubes de raça deixam isto bem claro e os membros que não o respeitam são severamente sancionados e, nos casos mais graves, expulsos sem piedade.
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